Pensar a Esfera Pública com Habermas é o desafio lançado pelos organizadores do Congresso Internacional “As transformações da Esfera Pública – 60 anos depois da obra Strukturwandel der Öffentlichkeit”, a decorrer em Coimbra, Portugal.
Como articular as diferenças de modo não-violento é a grande questão que subjaz à obra de Jürgen Habermas, cujo trabalho foi impulsionado de modo determinante pela experiência indizível do nazismo e do Holocausto. “Escrever um poema, após Auschwitz, é um ato bárbaro”, escrevia, no pós-guerra, Theodor Adorno, numa expressão do seu desencantamento quanto à possibilidade de redenção perante a barbárie humana racionalmente organizada, de que o nazismo era o expoente. Quanto à origem dessa dominação, alheia aos interesses da humanidade, imputou-a à restrição da razão iluminista a uma racionalidade técnico-instrumental, a qual permitiu ao Homem dominar racionalmente a natureza e, irracionalmente, os próprios seres humanos. Como se sabe, Jürgen Habermas seguiu um caminho diferente do seu mestre, identificando na razão comunicativa a força emancipatória própria da razão iluminista. É esse o núcleo do seu conceito de Esfera Pública, formulado pela primeira vez em 1962, em Strukturwandel der Öffentlichkeit (Mudança Estrutural da Esfera Pública).
A razão comunicativa estará na base da teorização sobre a ação comunicativa, bem como de outros conceitos conexos que marcam o percurso do pensamento do autor, como a pragmática universal, a situação ideal de fala ou a ética do discurso. O monumental empreendimento teórico desenvolvido por Jürgen Habermas convoca autores maiores de diversas áreas do saber, da Sociologia ao Direito, da Filosofia e da Ciência Política. Direito e Democracia – Entre Facticidade e Validade, publicada em 1992, representa talvez o culminar da obra de uma vida dedicada à conceção de uma teoria social com base na comunicação e orientada para o entendimento, visando alcançar soluções razoáveis para acomodar os interesses das diversas partes envolvidas. Trata-se de um modelo de deliberação argumentativa em que a única “coerção” admitida é a da força do “melhor argumento” – afinal, já o núcleo do conceito de Esfera Pública, dado à estampa 30 anos antes.
Organizado pelo Grupo de Investigação em Comunicação, Jornalismo e Espaço Público, do Centro de Estudos Interdisciplinares e da Faculdade de Letras, ambos da Universidade de Coimbra, e pelo Núcleo de Investigação em Ciências Sociais e Humanas da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra, o Congresso visa promover uma reflexão sobre as mudanças em curso na Esfera Pública, à luz do conceito normativo proposto por Jürgen Habermas.
Pensar a Esfera Pública com Habermas é o desafio lançado pelos organizadores do Congresso Internacional “As transformações da Esfera Pública – 60 anos depois da obra Strukturwandel der Öffentlichkeit”, a decorrer em Coimbra, Portugal.
Como articular as diferenças de modo não-violento é a grande questão que subjaz à obra de Jürgen Habermas, cujo trabalho foi impulsionado de modo determinante pela experiência indizível do nazismo e do Holocausto. “Escrever um poema, após Auschwitz, é um ato bárbaro”, escrevia, no pós-guerra, Theodor Adorno, numa expressão do seu desencantamento quanto à possibilidade de redenção perante a barbárie humana racionalmente organizada, de que o nazismo era o expoente. Quanto à origem dessa dominação, alheia aos interesses da humanidade, imputou-a à restrição da razão iluminista a uma racionalidade técnico-instrumental, a qual permitiu ao Homem dominar racionalmente a natureza e, irracionalmente, os próprios seres humanos. Como se sabe, Jürgen Habermas seguiu um caminho diferente do seu mestre, identificando na razão comunicativa a força emancipatória própria da razão iluminista. É esse o núcleo do seu conceito de Esfera Pública, formulado pela primeira vez em 1962, em Strukturwandel der Öffentlichkeit (Mudança Estrutural da Esfera Pública).
A razão comunicativa estará na base da teorização sobre a ação comunicativa, bem como de outros conceitos conexos que marcam o percurso do pensamento do autor, como a pragmática universal, a situação ideal de fala ou a ética do discurso. O monumental empreendimento teórico desenvolvido por Jürgen Habermas convoca autores maiores de diversas áreas do saber, da Sociologia ao Direito, da Filosofia e da Ciência Política. Direito e Democracia – Entre Facticidade e Validade, publicada em 1992, representa talvez o culminar da obra de uma vida dedicada à conceção de uma teoria social com base na comunicação e orientada para o entendimento, visando alcançar soluções razoáveis para acomodar os interesses das diversas partes envolvidas. Trata-se de um modelo de deliberação argumentativa em que a única “coerção” admitida é a da força do “melhor argumento” – afinal, já o núcleo do conceito de Esfera Pública, dado à estampa 30 anos antes.
Organizado pelo Grupo de Investigação em Comunicação, Jornalismo e Espaço Público, do Centro de Estudos Interdisciplinares e da Faculdade de Letras, ambos da Universidade de Coimbra, e pelo Núcleo de Investigação em Ciências Sociais e Humanas da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra, o Congresso visa promover uma reflexão sobre as mudanças em curso na Esfera Pública, à luz do conceito normativo proposto por Jürgen Habermas.
Novo prazo para envio de propostas de comunicação
Resposta sobre a aceitação das comunicações
1.ª Fase de Inscrições
2.ª Fase de inscrições
3.ª Fase de inscrições
Prazo para envio dos textos finais
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